Justiça libera prisão domiciliar para mulher presa em flagrante por ataque homofóbico em padaria



Neste domingo (22), os ataques de uma mulher a funcionários e clientes de uma padaria em São Paulo geraram revolta na web. Lidiane Brandão Biezok disparou uma série de ofensas homofóbicas, registradas em vídeos pelos presentes. Após ter sido indiciada pela Polícia Civil por injúria racial, lesão corporal e homofobia, a advogada teve sua prisão domiciliar concedida pela Justiça.

O caso aconteceu na última sexta-feira (20), e resultou na prisão da mulher em flagrante. No entanto, nesta segunda (23), o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que a detenção de Lidiane fosse convertida em uma prisão preventiva domiciliar, de acordo com o UOL.

Segundo a assessoria do TJ-SP confirmou ao site, “Foi determinada a conversão da prisão em flagrante em preventiva domiciliar de Lidiane Brandão Biezok com base no artigo 312 do CPP [Código de Processo Penal], a ser cumprida na residência da indiciada e de lá não podendo sair, sob pena de ser revogada pelo Juízo a prisão na forma domiciliar”.


Ainda ontem (23), a padaria liberou novas imagens revoltantes do caso. Nelas, é possível ver que Lidiane já havia brigado e humilhado funcionários, jogando seu lixo em direção a eles. A mulher disparou ainda mais ofensas homofóbicas do que nos vídeos publicados anteriormente. “Vai dar o c*, v*ado do c*ralho”, bradou. Também é possível ver quando ela parte para cima e agride um cliente fisicamente, e quando a polícia chega ao local.


Mesmo com todos os registros, a indiciada afirma ter sido vítima da situação, falou que tem sofrido ameaças na Internet, e reclamou da padaria, ameaçando processar o estabelecimento. Procurada pelo G1, Lidiane alegou sofrer de transtorno bipolar. “Esse problema de depressão é genético, é grave, não é uma depressãozinha, entendeu? É uma depressão para o resto da vida, é bipolaridade. É uma coisa complicada, é complexo”, respondeu ela.


Segundo o G1, Lidiane Brandão Biezok também já respondeu judicialmente por xingar e bater em alguém em, pelo menos, outras duas ocasiões. Ela foi acusada de calúnia, injúria e difamação em 2005, e por lesão corporal em 2007. Entretanto, ambos processos foram suspensos na Justiça – o motivo teria sido o fato de a ré ter depressão.


Entenda o caso

Na última sexta-feira (20), um jovem sofreu um ataque homofóbico em uma padaria de Pompeia, bairro da zona oeste de São Paulo. Nos vídeos que viralizaram neste fim de semana, é possível ver uma mulher dizendo “b***tinha no c*”, e logo em seguida, agredindo o rapaz com tapas e até arremessando objetos contra ele.


De acordo com o UOL, o caso começou quando a cliente — identificada como Lidiane Biezok —, aparentemente alterada, destratou os funcionários do local. “Você ainda trabalha na Dona Deôla [a padaria], você não é a rainha da Inglaterra”, declarou.


Os jovens identificados como Kleiton e Boni tentaram intervir na situação, quando começaram a ser atacados pela mulher. “Eu não estou falando p***a nenhuma. Isso aqui é uma padaria gay?”, questionou ela, que também foi acusada de declarações transfóbicas e racistas pelos envolvidos.


Ainda segundo a publicação, a agressora foi presa em flagrante, acusada de lesão corporal, injúria e homofobia. O gerente da padaria chamou a polícia, que chegou minutos depois ao local. Os envolvidos foram encaminhados à delegacia, onde boletins de ocorrência foram registrados por funcionários e pela dupla que foi vítima do ataque homofóbico.


Pelo Instagram, o estabelecimento postou uma nota repudiando e lamentando o ato: “Reiteramos o nosso repúdio a qualquer tipo de discriminação e o nosso compromisso com a proteção e o bem estar dos nossos funcionários e clientes”. Além disso, a padaria se colocou à disposição da vítima para “prestar toda a assistência necessária”.


Veja a nota da Secretaria de Segurança de São Paulo sobre o caso:

“Uma advogada, de 45 anos, foi presa em flagrante por lesão corporal, injúria e homofobia praticada contra dois artistas, ambos de 24 anos, na noite de sexta-feira (20), por volta das 21h, em uma padaria na Avenida Pompéia, no bairro Perdizes, zona oeste da Capital.

Policiais militares foram acionados para atenderem a uma ocorrência de desinteligência e no endereço indicado, um estabelecimento comercial, encontraram as partes.

De acordo com as vítimas, elas haviam ido até a padaria para jantar e em determinado momento, observaram que a autora estava discutindo com uma funcionária.

Os artistas passaram a filmar a confusão e disseram que a advogada não poderia falar com a mulher daquela forma. A indiciada então passou a ofendê-los com afirmações de cunho homofóbico e ofensas raciais e chegou a agredir e arremessar um objeto contra a cabeça de um deles. O caso foi registrado pelo 91º Distrito Policial (Ceasa).”


Via: Uol

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