Em menos de duas horas foi solto assassino do ex-sogro, morto ao defender a filha das agressões em Nerópolis.


Suspeito batia na ex-mulher, que estava com filha no colo, quando Reinaldo Aparecido Pereira interveio e foi morto com um golpe na cabeça.

O pintor Reinaldo Aparecido Pereira, de 46 anos, foi morto ao defender a filha das agressões do ex-genro, em Nerópolis, na Região Metropolitana de Goiânia. Segundo a família, Daniel Pereira da Silva, de 21 anos, invadiu a casa e começou a agredir a ex-mulher, que estava com a filha no colo. Ao ver a cena, o ex-sogro interveio e acabou atingido com um golpe na cabeça.

Daniel chegou a ser preso, mas foi liberado duas horas depois. O G1 não conseguiu localizar o suspeito nem a defesa dele para que se posicionassem sobre o caso.

A Polícia Civil informou, em nota, que o suspeito foi liberado porque uma ocorrência já tinha sido registrada pela Polícia Militar, o que mostra que as buscas estavam encerradas. Por isto, o momento da prisão não configurava flagrante. A corporação afirmou ainda que não vai se pronunciar sobre o caso para não atrapalhar o andamento da investigação.

O crime aconteceu por volta das 20h de domingo (27). Filha da vítima e ex-mulher do suspeito, Rayane Aragão Pereira disse que estava com uma das filhas do casal, uma menina de 2 anos, no colo quando Daniel começou a agredi-la. O pai dela ouviu a confusão e foi até o local tentar defender a filha.

“Ele [Daniel] deu um murro na cabeça do meu pai, e meu pai já ficou zonzo e já começou a cair. Ele pegou o ferro, um pau e deu na cabeça dele”, disse a filha da vítima.

Reinaldo foi socorrido imediatamente, mas morreu a caminho do hospital com traumatismo craniano.

Solto logo após a prisão

Daniel foi preso uma hora após o enterro de Reinaldo, na casa de parentes. A pista do paradeiro dele chegou para a família da vítima, que avisou a polícia e foi para a porta da delegacia acompanhar a prisão.

Duas horas depois de ser detido, o rapaz foi solto. Segundo os parentes, ele deixou a delegacia zombando da família.

“Ele saiu fazendo sinal de ‘arminha’, de positivo. Quase cortou o nosso coração de ver a impunidade quando ele olhou para a minha avó e deu um tchau. Uma senhora que acabou de perder o seu filho”, disse Weslley dos Santos Pereira, sobrinho da vítima.

Medo de nova agressão

Rayane e Daniel moraram juntos por cinco anos e estavam separados há um ano. Daniel a procurou neste final de semana para tentar reatar o relacionamento, segundo a jovem.

A família está preocupada com a segurança de Rayane e das duas filhas, de 2 e 4 anos. Em 2019, ela esteve sob medida protetiva por causa da perseguição violenta do ex-companheiro e todos temem por um sofrimento maior.

“Nós queremos que ele sente diante de um juiz, no banco dos réus e seja sentenciado e pague pelo o que ele fez”, disse Warley Francisco Pereira, irmão da vítima.

Comentários