Gelo com água do Meia Ponte era vendido na Região da 44, em Goiânia



A denúncia do desvio do curso hídrico de uma nascente do Rio Meia Ponte, no Setor Jardim Conquista, na Região Leste da capital, levou a Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) de Goiânia a identificar a existência de uma fábrica clandestina de gelo, em que a matéria-prima era a água captada irregularmente da mina. Uma investigação realizada pelo órgão em conjunto com o Batalhão Ambiental da Polícia Militar de Goiás (PM-GO) apontou que o produto, feito sem condições sanitárias e licença ambiental, era comercializado em duas distribuidoras da cidade, localizadas nos setores Central e Novo Mundo. Um homem suspeito de ser o responsável pelo local foi preso.

O caso motivou uma operação na manhã desta terça-feira (1º). A ação da Amma, feira em parceria com o Batalhão Ambiental da PM-GO, o Procon Goiânia, a Vigilância Sanitária municipal e com agentes de Fiscalização de Posturas da Prefeitura, teve o objetivo de flagrar o suspeito, apreender o material produzido de forma ilegal e devolver a nascente a seu curso original.

A denúncia foi recebida há 30 dias, tempo durante o qual a situação foi investigada. Gerente de Fiscalização da Amma, Diego Moura afirma que diversos crimes ambientais e de outra natureza foram constatados. O local em que o gelo era fabricado, segundo ele, fica em uma Área de Preservação Permanente (APP) e foi construído em meio às árvores, próximo a uma encosta, em uma região de difícil acesso. Várias nascentes foram aterradas para a construção do barracão.

O produto era comercializado em duas distribuidoras das quais o suspeito era proprietário. O homem, que não foi identificado, foi preso durante a manhã na unidade localizada na Rua 66, no Setor Central, nas proximidades da Rua 44, área de grande fluxo comercial.

“Além de ambulantes, ele abastecia o comércio de água mineral da região da 44 e também famílias, que compravam o produto achando que era regular.Tem o crime ambiental e a questão sanitária”, diz Moura.

“Um público muito grande consumia essa água contaminada. As condições de higiene não existem. É uma situação gravíssima contra a ordem tributária, a saúde humana e o meio ambiente”, acrescenta o tenente-coronel Edson Cândido Ribeiro, comandante do Batalhão Ambiental da PM-GO.

O suspeito será investigado por uso ou depósito de produtos perigosos, poluição, engarrafamento de água e fabricação de gelo sem licença ambiental, além de outros crimes ambientais, contra o ordenamento urbano e contra a administração.

Via O Popular

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