Bebê passa por exames no IML após mãe denunciar que ela levou 15 mordidas em creche de Rio Verde.


Polícia acredita em maus-tratos na modalidade de omissão. Delegado diz que já entrou em contato com a coordenadora da creche para identificar e ouvir as cuidadoras.
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Polícia investiga caso de bebê que foi mordida 15 vezes em uma creche de Rio Verde.
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A Polícia Civil trabalha com a hipótese de maus-tratos na modalidade de omissão -- quando algo pode ser evitado -- no caso da bebê de 10 meses que teria sido mordida 15 vezes em uma creche municipal de Rio Verde, no sudoeste de Goiás. A menina passou por exames no Instituto Médico Legal (IML), e o laudo deve ficar pronto em dez dias.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Maurício Santana, a hipótese é de que outra criança tenha machucado a neném. “A partir do momento em que os pais deixaram a criança na creche, ela ficou sob os cuidados e responsabilidade das cuidadoras”, diz delegado.

Maurício afirmou a polícia já entrou em contato com a coordenadora da creche para identificar e ouvir as cuidadoras que estavam no momento do ocorrido. Em nota, a Secretaria de Educação de Rio Verde diz que "abriu uma investigação imediatamente após tomar conhecimento do caso e está tomando todas as providências necessárias".

“A mãe da bebê registrou o boletim de ocorrência hoje [quinta-feira (13)] e já foi ouvida”, conta delegado.

Maurício disse ainda que a mãe informou que o caso aconteceu no dia 6 de junho e, de imediato, tentou resolver a situação com a coordenadora. Mas, sem conseguir solucionar o caso, registrou o boletim de ocorrência. Ao G1, a mulher, que não quis se identificar, classificou a situação como "desumana".

“Vamos ouvir o que as cuidadoras da creche têm a dizer sobre o caso e aguardar o resultado dos exames da criança. A creche não tem câmeras. Acreditamos preliminarmente que configura o crime de maus-tratos na modalidade de omissão, ou seja, tinha o dever jurídico de poder evitar. Este é o ponto de partida, mas nada está descartado”, diz Maurício.


O caso

A mãe, de 31 anos, que preferiu não ser identificada, diz que percebeu uma marca no nariz da bebê ao buscá-la na creche. A mulher conta que chegou a perguntar a uma das monitoras o que tinha ocorrido, mas a profissional não soube responder.

"Quando cheguei em casa, já percebi outra marca na orelhinha dela, até mesmo antes de tirar a roupinha dela. Já fiquei bem descontrolada. Aí não deu outra, quando eu tirei que fui contando, foram 15 mordidas”, afirmou a mãe.

A mãe da menina, disse que no mesmo dia, entrou em contato com a escola. Ela conta que está assustada, que a menina estava na terceira semana de aula, e que não vai mais levar a filha para a instituição.

“O que mais revolta é que foram 15 mordidas em uma só criança, não tem explicação, é injustificável. Ela não chorou? Como que ela não chorou? Ela não tem defesa. Como que ninguém viu ela tomando essas mordidas? Porque uma criança levar uma mordida, até então, a gente entende, e chega a ser informada. Porque criança morde. Mas essa quantidade em uma só criança é desumano”, falou.

G1

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