Guanabara entre os cincos bairros com maior número de homicídios em Goiânia


Veja os bairros campeões de homicídios em Goiânia

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Cinco setores tiveram 332 assassinatos nos últimos 5 anos, o equivalente a quase 15% do total registrado nesse período na capital
Cinco bairros de Goiânia concentram 332 dos homicídios registrados na capital nos últimos cinco anos, o que equivale a quase 15% dos assassinatos ocorridos neste período. Espalhados por várias regiões, os setores lideram o ranking de mortes violentas. A maioria dos casos é ligada ao tráfico de drogas e os crimes relacionados, como furto e roubo, também crescem nessas regiões, o que transforma a rotina dos moradores. Acuados por uma espécie de toque de recolher, eles têm medo de andar pelas ruas mesmo em grupos e os comerciantes se sentem obrigados a fechar as portas mais cedo.
A análise dos homicídios registrados em Goiânia nos cinco últimos anos mostra que eles não estão concentrados em uma região específica. Principalmente por conta do tráfico de drogas, a mancha de criminalidade mostra que os homicídios se espalham pela cidade. Desde 2013, os bairros com maior número de assassinatos são: Jardim Novo Mundo, na região leste, o Jardim Guanabara, no norte, o Setor Central, a Vila Finsocial, na região noroeste e o Setor Pedro Ludovico, no Sul da Capital.
De 2013 a Jardim Novo Mundo e ficou topo do ranking como o bairro com mais registros em 2017. Nas ruas do bairro, moradores reclamam da insegurança, especialmente quando o sol se põe. Funcionário de uma loja na Avenida Goiânia, Leandro Avelar, de 27 anos, disse que teve a moto roubada no ano passado. “Fiquei sabendo dias depois que ela tinha sido usada em um crime de homicídio na Região Noroeste”, relata.
Morador do Jardim Guanabara, Camilo Leal da Silva, de 37 anos, disse que o local deixou de ser atrativo para famílias por muitos motivos, entre eles a violência crescente. “Tem muita gente que saiu daqui em busca de outras regiões. Deixaram as casas para serem locadas.”
Nas estatísticas disponíveis no site da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP), os índices de 2017 são apresentados como manchas criminais, com cores que vão do laranja claro até o vermelho. Quanto mais intensa a cor, maior a quantidade de homicídios.
As manchas são observadas em quase todo o mapa da cidade, mas tem coloração reforçada em duas regiões: Norte, onde está o Jardim Guanabara, Residencial Vale dos Sonhos, Condomínio João Paulo II, entre outros; e Noroeste, onde há o Bairro da Vitória, Jardim Primavera, Jardim Curitiba, entre outros. Também há pontos de destaque, de cor mais clara, nas regiões do Centro, Pedro Ludovico e Bueno.
Dinâmica
A Polícia Militar explica que as análises desses dados são importantes para definir as ações a serem empregadas para reduzir os índices. O comandante do policiamento da Capital, coronel Ricardo Rocha, destaca que acompanha pessoalmente todos os casos. “Nós sabemos que cada região mantém uma dinâmica de crime de homicídio e trabalhamos para prevenir. Nós sabemos, por exemplo, que os crimes dessa natureza registrados na Região Central são, principalmente, ligados ao uso ou tráfico, ou brigas envolvendo moradores de rua.”
O comandante destaca que acompanha as manchas criminais de toda cidade. “Alguns são praticamente impossíveis de serem evitados pela Polícia Militar, como os casos passionais. O que temos feito com muito empenho são as ações para retirada de armas de fogo de circulação. No ano passado foram mais de quatro mil armas apreendidas”, diz. Rocha acrescenta que as ações nesse sentido deverão ser intensificadas.
Ele defende que a população mantenha contato direto com a Polícia Militar da sua região. Apesar do efetivo menor que o ideal para a capital, o militar entende que um bom trabalho tem sido feito. O comandante explica que apesar de poucas, as viaturas atendem às ocorrências de todas as regiões.
“Temos feito um esforço muito grande para que os crimes contra a vida, que são os mais graves, sejam diminuídos”, afirma Rocha. Ele destaca entre as ações o combate direto ao tráfico e a locais que possam propiciar esse crime.
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