Entrevista como Vereador Tayrone Di Martino, Jovem, Religioso, empenhado em levar o cidadão para as decisões do legislativo
guanabaragoiania.com - Anna Carolina Pimenta Dias
Vereador Tayrone Di Martino - Foto : Raema Castro
“Esse é o meu objetivo de vida: Não ser eleito para ser mais um”.
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Tayrone Di Martino,
29 anos, nasceu em Goiânia, morando em uma região periférica da nossa cidade, e
cresceu nessa comunidade carente, sem muitas oportunidades, em situação de
vulnerabilidade social. Qualificou-se por meio dos estudos e do aprendizado com
pessoas de referência nos movimentos sociais, políticos, religiosos e de apoio
à população e que percebiam a possibilidade de que o mundo poderia ser
diferente.
Aos 14 anos
participava ativamente de assuntos sociais e mobilizações políticas. Desde cedo
aprendeu a importância da luta na sociedade para que as mudanças sociais
aconteçam. Ingressou no curso de Comunicação Social com Habilitação em
Jornalismo da Faculdade ALFA, onde também participou e coordenou grandes
mobilizações dos alunos de reinvindicação de direitos e foi também o primeiro
Presidente do Centro Acadêmico de Jornalismo daquela instituição privada. Desde
que o atual Prefeito Paulo Garcia assumiu a Prefeitura de Goiânia, Tayrone é o
seu braço direito, acompanhando-o e assessorando-o acerca de todo o
relacionamento com a imprensa e também com demandas que requeria atenção
especial do Prefeito. Nas eleições 2012,
foi candidato a vereador Pelo Partido dos Trabalhadores, sendo eleito com 5.987 votos.
É casado com a cantora e Salmista Talitta Di
Martino. Genro do também cantor e compositor Walter José, que tem em várias
canções conhecidas em todo o país, dentre elas a música “Romaria”, feita em
homenagem à Festa em Louvor ao Divino Pai Eterno, que já foi gravada por
grandes artistas da música brasileira.
Qual foi sua motivação para integrar vida
política?
Então, eu sou um
jornalista e quando estudava, tive interesse de conhecer coisas importantes da
vida pública e aí fui percebendo como é importante a gente não só criticar e
não só estar de fora, mas também entrar e participar das decisões e das
questões políticas da nossa cidade. Desde criança, desde criança mesmo, por
exemplo, na campanha do Lula em 89, eu tinha cinco ou seis anos e já gostava de
política. Participei de várias campanhas, mesmo sem poder votar eu já tinha
vontade de votar. Quando percebi no jornalismo que poderia além de ser uma
pessoa que gostava, mas de participar, de atuar, de fazer acontecer, eu resolvi
fazer isso. Foi por esse motivo que resolvi ser candidato pela primeira vez.
Como surgiu a ideia ser candidato a vereador?
Na verdade eu
pensava que poderia ser mais pra frente. Eu ia esperar, mas eu tinha uns amigos
que sempre falavam: Tayrone seja candidato! Então começamos a organizar um
projeto político para ser candidato. Quando foi em agosto de 2011 resolvemos
que eu seria candidato. Mas no mês de setembro eu tive uma perda muito grande
na minha família, eu tive um irmão que, para roubar-lhe uma moto ele foi
assassinado. E eu praticamente teria desistido, porque no mês de setembro meu
irmão faleceu, e eu passei o mês de outubro, novembro e até dezembro não
querendo nada na minha vida. Queria só ir para casa dormir, não tinha nem muita
vontade de viver. Aí o pessoal começou a me amimar, até porque já tínhamos
discutido antes para eu poder ser candidato, então me reanimaram. Diziam:
“Vamos, vamos, vamos.” E com essa animação, essa vontade, eu resolvi assumir a
candidatura e decidi ser candidato. Inclusive para fazer a diferença viu, não
fui eleito pra ser mais um. Esse é o meu objetivo de vida: “Não ser eleito para
ser mais um”.
Quais serão as prioridades como vereador?
Minhas prioridades
são: Atuar em todos os segmentos que tem como objetivo melhorar a vida da
população Goianiense. Eu não acredito que tem que ter vereador de uma causa só,
de uma sigla só, de uma norma só, de um jeito só, de uma forma só. Eu acredito
que vereador tem que ser vereador pra todos. Por exemplo, tem que pensar na
mobilidade social. Tem a mobilidade urbana, aspectos sociais, educação, saúde e
uma série de coisas. Agora é obvio que tenho segmentos mais próximos, que são:
Juventude, por eu ser novo. Sou um dos vereadores mais jovem da Câmara;
Mobilidade urbana, pois a gente precisa mudar o trânsito da nossa cidade,
porque trás desgaste emocional, inclusive físico mesmo; Educação e saúde. Acho
que esses quatro são os tópicos que a gente precisa acertar. Vou trabalhar em
todos os aspectos, mas vou focar muito nesses quatro
Qual será o
primeiro projeto a ser apresentado?
O meu primeiro
projeto a ser apresentado será um projeto que visa dar dignidade a juventude,
ou seja, incentivar o município de Goiânia a ter meios para o primeiro emprego.
Estou muito atencioso a isso, a gente ainda esta estudando como vai ser esse
projeto. Mas eu quero que a gente tenha no município uma política pública de
favorecer o primeiro emprego para os jovens.
O senhor faz parte
do grupo de jovens vereadores eleitos, com educação Universitária, que são
citados como aqueles que podem trazer uma verdadeira renovação no legislativo
municipal. Que renovação seria esta?
Renovação de pensar
de outra forma, hoje infelizmente a política é feita muito pelo toma lá da cá e
de benefícios pessoais. Eu acho que o vereador deve ultrapassar esse limite de
pensamento e pensar na cidade, e o meu objetivo é esse. Então, na minha
renovação na câmara, primeiro é para dar resposta à população, fazer um mandato
com competência com articulação política, mas pensando na população.
Qual sua opinião
relacionada ao fato da comunidade não comparecer as sessões da câmara?
Esse é o problema.
Por exemplo, a gente critica muito quando está de fora, mas na hora em que
precisa pressionar a gente quase não pressiona. Então acho que a sociedade
organizada, os movimentos e outros segmentos tem que pensar muito nisso. Como
eu posso fazer para estar mais presente na Câmara Municipal de Goiânia? Sei lá,
pegar uma associação e falar assim: Cada dia da associação uma pessoa vai. Mas
é obvio que como as pessoas precisam trabalhar, talvez elas não tenham esse
tempo como um vereador ou alguém que está envolvido na política tem. Mas cabe a
nós, vereadores, também incentivar a população. Então por exemplo, eu estou com
essa missão. Eu quero ser vereador, mas eu quero passar para a população o que
é que está acontecendo aqui na Câmara. Bom, eu gostaria muito que tivesse mais
participação, porque em tudo o que eu penso, tudo que eu acredito e tudo o que
eu quero aconteceria mais facilmente.
Com a eleição, o
senhor se confirmou como um líder político da igreja católica. O senhor teme
preconceito de outros seguimentos religiosos?
Não. Porque é obvio
que eu tenho minha religião, eu sou uma pessoa que sempre acredita em DEUS
acima de tudo, tenho focos que são as pessoas que me conhecem na Igreja
Católica, mas eu acredito que a gente deve legislar para a cidade. Eu tive
muitos evangélicos que me apoiaram, muitos pastores, muitos espíritas e o
mandato tem que atender à população e não só um segmento. É obvio que eu tenho
que dar também atenção aos católicos, no mesmo caso que aos evangélicos, aos
espíritas. Então, eu não vou realizar um mandato sectaríssima, eu quero fazer
um mandato pensando na cidade e o meu objetivo é pensar o bem comum. E tem uma
coisa em comum, que é o ser cristão. Ou seja, tanto o católico como o
evangélico e até mesmo os espíritas, em vários momentos divulgam e apresentam
Cristo como rei do Universo. E aí, ser cristão é fazer coisas de cristãos, que
é defender a vida, defender a dignidade, defender o respeito, defender a
valorização do ser humano. Então isso nos une, e eu estou na Câmara para
reforçar o que nos une como cristão para fazer o bem para o próximo. Amar a
DEUS sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo, os evangélicos e os
católicos prontos à mesma coisa.
Na sua visão,
fazendo uma análise em todos os principais pilares da atuação executiva, Educação,
Saúde e Recursos. O que melhorou e o que piorou em nossa cidade?
Eu acho que a
educação melhorou muito nos últimos anos, Goiânia tem dado a nota cada vez
melhor no INDEP, então se a gente for avaliar do ponto de vista de nota de
avaliação nacional, tem avaliado mais do que antes. Está tendo mais recursos,
professores sempre ganham mais do que o piso, então tem um avanço significativo
na área da educação. Óbvio que vamos avançar muito mais, em questão de CMEIs,
em questão dos alunos da música. Eu acho que o professor tem que ganhar bem,
talvez uma das profissões que mais deveriam ser bem renumeradas, então eu acho
que ainda tem muito que avançar. Além disso, temos avançado muito na
arrecadação e aplicação, mas eu ainda acho que há muitas falhas e muitas
deficiências, principalmente do ponto de vista burocrático. Acho que a massa
municipal é muito burocrática, as coisas param, não andam, processos que ficam
muito tempo em alguns lugares. E eu acho que com isso a gente perde muitos
recursos, certo? E acho que saúde ainda é precário, as pessoas precisam ter
mais atenção à saúde. Então a gente precisa lutar muito pela saúde do nosso
município, eu acho que tem muito ainda a ser resolvido.
O que precisa se
melhorado com a máxima urgência?
Com máxima urgência
em relação ao município de Goiânia, eu acho que é o trânsito. É obvio que eu
acho também que a gente tem que melhorar rapidamente em saúde, pois ali estamos
lidando com vida. Acho também que devemos investir rapidamente em educação, por
que a educação é que faz o futuro, o presente, é o que dá ordem para as coisas.
Agora, a gente está numa situação cada vez mais crítica em falta de comodidade
urbana. Ou seja, as coisas ficam centradas, trânsito congestionado, pessoas
estressadas e aí em vez da gente ter qualidade de vida a gente pode não ter
qualidade de vida. Então eu acho que temos que nos preocupar muito com isso.
Quais seus projetos
para a Região Norte?
Então, eu tive um
apoio muito grande ali da região da norte. A gente quer fazer a construção de
um parque ali perto da igreja, tem a possibilidade de ter um parque ali. Ali na
região norte, a gente tem alguns projetos de aberturas de vias, muitos pedidos
de CMEIs, unidades de saúde. Então acho que tem muitos projetos que ainda devem
ser implantados e eu estou na luta para sistematizar esses pedidos e encaminhar
o mais rápido possível para a região norte.
Qual o recado que
gostaria de deixar para seus eleitores e para os cidadãos que esperam mais,
devido à questão de o senhor ser um jovem legislador?
Primeiro agradeço a
quem votou pela confiança, pelo apoio e ajuda por ter me colocado na Câmara
Municipal de Goiânia e ter sido um dos vereadores mais votados nessa
candidatura. Dos jovens, o mais votado, inclusive. E quero dizer tanto para
quem votou como para quem não votou em mim: Eu vou ser um vereador que tem a
consciência de que a gente precisa de um mandato diferente, um mandato que
sirva à cidade de Goiânia e traga as pessoas para dentro do poder legislativo,
no sentido de a gente testar Goiânia. Não do ponto de vista de achar que a
cidade é um local em que a gente não tem que cuidar, pois temos que cuidar sim,
e cuidar bem!
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